Rob Jenner, CEO da Vilamoura World, em entrevista ao idealista/news, destaca que «a pandemia mostrou que Vilamoura é mais que um destino turístico»

«Vilamoura está ‘viva’ durante todo o ano e tem cerca de 10.000 residentes permanentes».

A garantia é dada por Rob Jenner, o novo CEO da Vilamoura World (VW) – ocupa o cargo desde outubro de 2019 –, em entrevista ao idealista/news.

 A empresa, detida por fundos da Lone Star (dona do Novo Banco), tem vários os projetos em cima da mesa, como por exemplo a Cidade Lacustre, que está suspenso há vários anos.

 E, segundo o responsável, há mais novidades na calha, como o condomínio Quintinhas e o projeto Sea View: «Já temos uma lista de espera para postos de amarração na marina, mas através de um investimento de 12 milhões de euros queremos atrair embarcações com mais de 25 metros», adianta.

Rob Jenner revela ainda que a VW continuou a «receber visitas e a vender casas a clientes de diferentes nacionalidades» durante a pandemia de Covid-19. 

«A geração millennial será no futuro mais ou menos próximo a nossa base de clientes», conta, acrescentando que Vilamoura é «um local perfeito para se poder trabalhar à distância». 

Que desafios encontrou desde que ocupa o cargo de CEO da VW?

Vilamoura é um lugar especial que é apreciado e reconhecido há mais de 50 anos.

 Várias gerações de portugueses e estrangeiros visitaram Vilamoura, uns em turismo, outros aqui residindo, pelo que a projeção de Vilamoura tem um caráter mundial.

Desde a inauguração do Old Course, em 1969, e da Marina de Vilamoura, em 1974, as expetativas dos clientes mudaram tantas vezes quanto as décadas.

Vilamoura soube sempre adaptar-se criando uma oferta para cada momento.

Sendo nós (VW) atualmente os guardiões de Vilamoura, vamos manter o foco na criação de novos produtos atraentes e com uma visão de muito longo prazo, para daqui a 50 anos.

A geração millennial, que será no futuro mais ou menos próximo a nossa base de clientes, pede produtos mais sustentáveis, reconhecendo a importância das áreas verdes de Vilamoura, bem como o seu parque ambiental, e optando por meios de mobilidade mais ligeiros, como a rede pública de bicicletas, um projeto pioneiro em Portugal que, desde há alguns anos, está disponível em Vilamoura.

 Nós queremos ir ao encontro dos interesses e valores desta geração mais jovem e com preocupações ambientais, mas queremos ir também além disso.

Finalmente, a recente pandemia relacionada com a Covid-19 mostrou que Vilamoura é mais que um destino turístico. Vilamoura está «viva» durante todo o ano e tem cerca de 10.000 residentes permanentes.

Como está a decorrer a comercialização dos empreendimentos Central Vilamoura e Uptown? Já estão construídos?

De que nacionalidades são os compradores?

A primeira fase de construção tanto do Central como do Uptown está na fase final e esperamos a sua conclusão até final do ano.

As vendas estão em linha com o nosso plano de negócios, rondando os 70% em cada um dos projetos.

 

Em consequência do posicionamento histórico de Vilamoura, a maioria dos compradores são portugueses, mas continuamos a atrair interessados nos mercados britânico, irlandês e do norte da Europa, e estão a aparecer potenciais compradores provenientes da Rússia, Hong Kong e Arábia Saudita. São mercados muito ligados ao turismo e cujos turistas, após uma visita de férias a Vilamoura, muitas vezes querem conhecer melhor as nossas ofertas residenciais, acabando alguns por adquirir aqui a sua propriedade seja para férias seja para residência permanente.

Outro dos projetos previstos para Vilamoura é o condomínio Quintinhas, certo? Fale-nos um pouco sobre o mesmo. 

O Quintinhas está estrategicamente localizado na parte norte de Vilamoura, numa área rodeada pela Escola Internacional de Vilamoura, o centro equestre, o parque ambiental e o empreendimento Uptown, uma zona que está rapidamente a tornar-se uma das mais procuradas em Vilamoura. 

Lançámos 24 lotes de dimensões apreciáveis e estão vendidos 16. Quintinhas vai permitir que os proprietários dos terrenos possam construir as suas casas de sonho e, através do nosso trabalho com um arquiteto português, estamos a desenvolver projetos com várias opções no desenvolvimento de casas sustentáveis. Os projetos permitem ao comprador reduzir a pegada ecológica, assegurando que as casas consumam pouca energia e tenham poucos gastos ao nível do controlo das temperaturas interiores, seja de aquecimento ou de arrefecimento.  

Outro projeto muito aguardado para Vilamoura é o Sea View, um porto para atrair superiates que não podem ficar ancorados na marina devido às suas dimensões? Qual o investimento previsto e quando arrancam as obras? 

A Marina de Vilamoura é a joia da coroa e a maior marina de Portugal. Historicamente, a marina de Vilamoura atrai inúmeras embarcações de recreio e, reconhecendo alguma concorrência da Grécia, Croácia, Itália e Espanha, quisemos aumentar e melhorar a nossa oferta. Já temos uma lista de espera para postos de amarração na marina, mas através de um investimento de 12 milhões de euros queremos atrair embarcações com mais de 25 metros. 

 

 

O projeto Sea View vai permitir, igualmente, uma nova zona comercial diferenciada através da abertura de novos restaurantes e bares, além de que no Sea View as pessoas vão ter uma vista sem paralelo, do mar e da marina.  

A pandemia da Covid-19 veio de alguma forma atrasar os projetos previstos pelo grupo VW para Vilamoura?

A construção dos nossos projetos continuou e as equipas comerciais estão no terreno a promover os produtos residenciais. Ao longo dos últimos meses continuámos a receber visitas de potenciais compradores e a fechar contratos. Sendo Vilamoura uma zona de baixa densidade de construção, com boas infraestruturas, acesso à natureza e com bons acessos, somos vistos como um local perfeito para se poder trabalhar à distância. 

A venda de casas manteve-se durante este período, nomeadamente através de visitas online? 

Continuámos a receber visitas e a vender casas a clientes de diferentes nacionalidades durante este período, que se iniciou em meados de março. O nosso produto imobiliário e as ferramentas de marketing que permitem visitas online estavam prontas, o que nos permitiu o lançamento online da casa modelo do Uptown, logo após os primeiros dias de confinamento. Continuamos, contudo, a fazer visitas presenciais, respeitando todas as normas de segurança sanitárias determinadas pelas autoridades portuguesas. 

A construção de casas preparadas para receber pessoas que possam trabalhar à distância parece ser uma tendência que ganha força com a crise pandémica. Estará o paradigma da construção está a mudar? 

O design e a arquitetura das nossas casas têm como foco dominante a forma como as pessoas querem utilizar o espaço posto à sua disposição.

Os T2 da casa modelo do Central, que foi inaugurado no verão passado, já incorporavam uma zona de trabalho e isso foi reconhecido pelas pessoas que tomaram a decisão de comprar.

As nossas casas estão também equipadas com uma infraestrutura de telecomunicações que inclui internet de alta velocidade e lançámos recentemente o V-Club, que permite aos clientes ter acesso a vários benefícios, incluindo um espaço de coworking.  

Por: Idealista