“O Jubileu é uma peregrinação na esperança e todos vós, no vasto campo da educação, sabeis bem o quanto a esperança é uma semente indispensável! Quando penso nas escolas e nas universidades, penso nelas como laboratórios de profecia, onde a esperança é vivida e continuamente narrada e reproposta”, disse, na homilia da Missa da solenidade de Todos os Santos, a que presidiu esta manhã na Praça de São Pedro.
Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, Leão XIV deixou um convite aos educadores e às instituições educativas: “Brilhai hoje como astros no mundo”. “Contemplemos e apontemos constelações que transmitam luz e orientação neste tempo presente obscurecido por tantas injustiças e incertezas. Portanto, encorajo-vos a fazer das escolas, das universidades e de todas as realidades educativas, mesmo informais e de rua, limiares de uma civilização de diálogo e paz”, declarou.
O Papa apresentou as Bem-aventuranças como referência pedagógica, considerando que trazem consigo uma nova interpretação da realidade. “São o ensinamento por excelência. Da mesma forma, o Senhor Jesus não é um entre tantos mestres, é o Mestre por excelência. Mais ainda, é o Educador por excelência”, indicou.
A intervenção destacou a importância de que escolas e universidades católicas possam ser “lugares da escuta e da prática do Evangelho”, apelando à valorização dos mais desfavorecidos.
No início da Missa, o Papa proclamou São João Henrique Newman (1801-1890), cardeal inglês convertido do anglicanismo, como 38.º doutor da Igreja, num gesto simbólico para o Jubileu do Mundo Educativo.
Ao longo do Jubileu do Mundo Educativo, iniciado segunda-feira, o Papa celebrou Missa para os alunos das Universidades Pontifícias e concedeu audiências a estudantes e professores, incluindo uma delegação portuguesa com dezenas de pessoas.
Ontem, no encontro na Praça de São Pedro com milhares de participantes no Jubileu do Mundo Educativo, Leão XIV defendeu a importância de valorizar o papel dos professores e educadores, falando numa missão de “amor” que constrói a sociedade. “O ensino jamais pode ser separado do amor: uma dificuldade atual das nossas sociedades a este respeito é a de não saber mais valorizar suficientemente o grande contributo que professores e educadores oferecem à comunidade. Estejamos atentos: desmerecer o papel social e cultural dos formadores é hipotecar o próprio futuro, e uma crise na transmissão do saber traz consigo uma crise de esperança”, advertiu depois de ter percorrido a Praça de São Pedro em carro aberto, e perante os aplausos da multidão.
Na quinta-feira, a comitiva portuguesa da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) de 46 educadores, encabeçada por D. Manuel Felício, vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé. foi recebida na Embaixada Portuguesa junto da Santa Sé.
	
	Luís Perpétuo Martins, o representante do Secretariado da Pastoral Escolar da Diocese do Algarve nessa comitiva, explicou ao portal ‘Educris’ do Secretariado Nacional da Educação Cristã da CEP, que o Jubileu foi um “momento de enriquecimento pessoal” “para levar a outros esta experiência de comunhão”. “Ir a Roma é voltar às origens, ao centro da fé, e aí encontrar-me com outros educadores na condição peregrino, que aquele que busca as razões do seu agir e se redescobre na pluralidade da Igreja”, declarou.
Roma acolheu ainda o congresso ‘Constelações Educativas – Um pacto com o futuro’, com a participação da Universidade Católica Portuguesa.
Folha do Domingo
com Agência Ecclesia e Educris
	
Luís Perpétuo Martins – Foto © Educris



                            
                            
                            
                            
