No Algarve as espécies de Mosquitos mais comuns são o Anofeles, o Culex e o Aedes, os quais podem transmitir várias doenças como a Malária, o Vírus do Nilo e a Zica…
Na Idade Média, os Algarvios “de posses” deslocavam-se no Verão para sítios mais altos, fugindo da mosquitagem. As zonas mais férteis e alagadiças estavam sujeitas aos ataques de Mosquitos e nem eram próprias para habitar, obrigando á deslocação diária dos agricultores desde as suas residências em zonas mais salubres. Segundo Charles Bonnet (1850) - quem quiser morrer deve visitar Aljezur ou Quarteira… a Malária permaneceu endémica até cerca de 1950…
A espécie que mais nos atormenta é o Culex, que ataca entre o pôr-do-sol e o amanhecer. As fêmeas necessitam de se alimentar de sangue para desenvolverem os ovos, ao contrário dos machos que são “vegetarianos”. Podem voar mais de dez quilómetros, até encontrarem um animal de sangue quente para parasitar…
Para se reproduzirem precisam de pôr os ovos em água doce, de preferência estagnada, onde evoluem para os estados de larva e de pupa. A temperatura ideal para o desenvolvimento das larvas ronda os 25-30ºC.
Não suportam a radiação ultravioleta e daí o sombreamento ser essencial à sua sobrevivência.
Pela descrição da biologia do Mosquito, podemos esperar a sua incomodativa presença durante o período mais quente do ano… em zonas próximas de água doce e sombreadas…
Considerando que os dois últimos meses (Março e Abril) foram chuvosos, para alegria dos agricultores, não será de admirar que vamos ter também uma boa “safra” de mosquitos este Verão…
Grandes focos de infecção são os tanques e as piscinas abandonadas. Quarteirenses e Almancilenses que se cuidem…
Uma forma de combater esta praga consiste na introdução de peixes que se alimentam das larvas. O mais utilizado, a Gambusia, foi introduzido ainda no século XVIII, a partir da América do Norte…
O Posto Sezonático de Loulé introduziu milhões destes peixes, desde que foi criado (1959) pelo Dr. Manuel Rodrigues Correia…
