Helena Madeira | Escritora | helmar20@gmail.com

“Não existe um caminho para a felicidade, a felicidade é o caminho”

Gandhi

A felicidade foi desde sempre a maior busca do ser humano. Ela é talvez, o bem mais precioso de todos, o pote de ouro que todos nós desejamos alcançar.

Na Grécia antiga, ela era conhecida como eudaimonia e eudaimon era o adjetivo “feliz”. Curiosamente, na sua raiz etimológica daimon significava “divino” pelo que, naquela época, feliz era aquele que era abençoado pelo divino, ou seja, pelos deuses. Logo ser feliz era sinónimo de ser sortudo e próspero. Contudo, será possível definir o que é a felicidade?

Imortalizada pelas artes, a felicidade tornou-se metáfora de sabedoria. Questionada pelos filósofos, tornou-se demanda. Amada pelos místicos, tornou-se caminho para a paz interior. Os religiosos fizeram dela uma entrada para o paraíso e os políticos um fim a atingir…

Mais recentemente, os psicólogos sondaram os seus mecanismos inconscientes e o coaching transformou-a na psicologia do sucesso.

A busca da felicidade é o centro da vida e todos procuram nela o segredo da pedra filosofal. Tal como o alquimista, no seu laboratório, procura descobrir o elixir mágico que possa transformar em ouro todos os metais, também o homem busca na felicidade esse toque mágico que possa dar um rumo feliz à vida e transformar os seus sonhos em realidade.

Mas haverá de facto uma receita para a felicidade?

A resposta é deveras difícil … A verdade, é que ela parece estar sempre em movimento e quando achamos que estamos quase a conseguir atingir esse tão almejado estádio de duradoura felicidade, depressa a vida se encarrega de nos trazer outros desafios a superar e nos esquecemos desse curto espaço de tempo em que sentimos a rápida sensação de estarmos felizes.

Achamos sempre, que finalmente seremos felizes quando tivermos alcançado aquele tão almejado sonho pelo qual lutamos; seja uma nova casa, um novo amor ,uma mudança de emprego,uma viagem ,uma cura de um estado de enfermidade ou outra coisa qualquer…Mas, quando isso finalmente acontece ,saboreamos uma grande alegria e depois tratamos logo de começar a sonhar com outros projetos que nos tornem felizes novamente. Parece que a bendita felicidade requer sempre novos desafios e não se apraz com a monotonia.

Ela tende a transformar-se nesse grande labirinto em que nos perdemos, diariamente, tentando satisfazer os nossos desejos mais profundos.