A Mesa Nacional do BE vai reunir-se no sábado em Lisboa para fazer a análise dos resultados das eleições legislativas e «definir prioridades de intervenção», adiantou fonte oficial do partido à Lusa.

A reunião deste órgão máximo entre convenções, de acordo com a mesma fonte bloquista, será para fazer o “balanço das eleições e definir prioridades de intervenção”.

Segundo os resultados provisórios, e ainda sem os mandatos dos dois círculos eleitorais da emigração em falta, o BE tem 4,46%, com cerca de 274 mil votos, tendo conseguido eleger o mesmo número de deputados.

Nas eleições de domingo, o BE falhou o objetivo de afastar a direita e recuperar deputados por Aveiro, Braga, Santarém ou Faro, apesar de ter subido a votação em cerca de 30 mil votos e mantido os mesmos cinco mandatos, fixando-se como quinta força política.

Mantendo a mesma distribuição de mandatos pelos círculos eleitorais de Lisboa (dois), Porto (dois) e Setúbal (um), o novo grupo parlamentar conta com a novidade da eurodeputada Marisa Matias e com a estreia a tempo inteiro de Fabian Figueiredo (que já tinha estado em regime de substituição), para além da manutenção de Mariana Mortágua, José Soeiro e Joana Mortágua.

Mariana Mortágua chegou a estas eleições legislativas com menos de um ano à frente da liderança do BE e foi clara, ao longo de toda a campanha, sobre os objetivos que pretendia: afastar a direita do poder, integrar uma maioria de esquerda, recuperar deputados perdidos em 2022 e crescer eleitoralmente, depois do desaire das últimas eleições.

Destes objetivos, apenas conseguiu cumprir um deles, que foi ter mais votos do que em 2022, cerca de 30 mil, o que a coordenadora do partido considerou ser uma “prova de enorme resistência” dos bloquistas.

De resto, houve uma “inegável viragem à direita” assumida por Mortágua, cuja responsabilidade atribuiu à “desastrosa governação” da maioria absoluta do PS, e quando discursou, ainda antes de Pedro Nuno Santos ter assumido a derrota em nome dos socialistas, ainda se mostrou disponível para integrar qualquer solução que afastasse a direita do poder.

Caso fosse impossível esta solução para afastar, a líder do BE deixou desde logo uma garantia ao “povo de esquerda”: "terá no Bloco de Esquerda a oposição mais combativa à direita".

Em 2022, o BE tinha conseguido 4,4%, com 244.596 votos e os mesmos cinco deputados.

 

Lusa