A crise habitacional que o país atravessa, em particular no Algarve e em Castro Marim, motivou o Município para o desenvolvimento de um conjunto de atos que sustentasse as candidaturas para a construção de 84 fogos e reabilitação de outros 78 já existentes,

e também reabilitação de habitações dos próprios agregados, no âmbito do Programa 1.º Direito, do Plano de Recuperação e Resiliência.

Serão criadas habitações condignas para 109 famílias e construídos apartamentos para habitação a custos controlados, além da conservação da habitação existente, para as famílias que, embora não fragilizadas, também não conseguem aceder à habitação, mediante a situação imobiliária nacional.

"Num Município onde não temos habitação acessível para as famílias, nem disponível para a Câmara Municipal comprar e disponibilizar para arrendamento, foi grande o esforço para chegarmos até aqui. Se tudo for aprovado, teremos cerca de 100 famílias, daqui a três anos, com novas condições de habitabilidade, mais felizes e com outra motivação para a vida, onde a casa é condição básica. Houve uma grande preocupação em enquadrar esta nova realidade dentro das malhas urbanas de Altura e Castro Marim, mas também em áreas mais rurais, como é o caso do conjunto habitacional que nos propomos em Odeleite.

Para já, não gostaríamos de criar expectativas infundadas, mas sentimos que já estamos no caminho de em 2027, poder acontecer”, refere a vice-presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Filomena Sintra.

Este investimento superior a 12 milhões de euros, inserido também na Estratégia Local de Habitação, poderá dar a possibilidade ao Município de construir mais 62 fogos em Castro Marim, 15 em Altura e 7 em Odeleite, de várias tipologias, cujos processos já estão em curso.

O Município de Castro Marim acredita que a criação de habitação e de infraestruturas é fundamental para aumentar a atratividade do concelho e lutar contra a desertificação, nomeadamente na aldeia de Odeleite.

“Não vejo a hora de poder ajudar a angústia das famílias que vivem em sobrelotação, ou em condições indignas, muitos deles trabalhadores com filhos, que não encontram no mercado casas para comprar ou arrendar. O nosso compromisso é continuar a trabalhar para que esta realidade possa acontecer. Também estamos muito focados para que famílias que têm casas a necessitar de reabilitação possam ter o apoio necessário para as obras e assim manterem as suas habitações. A par desta estratégia, teremos também um regulamento para venda e construção a custos controlados. Este é nosso foco e para esta matéria empenharemos a nossa equipa”, conclui a autarca.

Para breve está prevista a abertura de um período para inscrições dos interessados, com base num regulamento que será público.

A Estratégia Local de Habitação e o 1.º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação têm como objetivo promover soluções habitacionais adequadas às pessoas ou famílias que vivam em más condições ou estejam em situação de carência financeira.