O mercado imobiliário português continuar a estar “quente”, mas já está a dar os primeiros sinais de um possível arrefecimento. Os preços das casas não param de subir, tendo acelerado 10,1% no segundo trimestre do ano face a período homólogo, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).

 Neste período, fizeram-se, no entanto, menos negócios: as vendas caíram 6,6%, a primeira quebra homóloga desde 2013.

«O Índice de Preços da Habitação (IPHab) aumentou 10,1% no 2.º trimestre de 2019 face a idêntico período do ano anterior, 0,9 pontos percentuais acima do observado no 1.º trimestre», diz o gabinete público de estatísticas. A contribuir para a aceleração dos preços estiveram tanto as casas novas como as casas usadas, tendo sido verificados aumentos superiores a 10% em ambos os casos.

Em relação ao trimestre anterior, o índice cresceu 3,2%, com o aumento dos preços a ser mais intenso no caso das habitações novas (variação de 4,1%), mais 1,1 pontos percentuais que o observado nas habitações existentes.

Vendas caem 6,6% pela primeira vez desde 2013

As vendas não acompanharam, apesar disso, a subida de preços. Entre abril e junho de 2019 foram transacionaas 42.590 imóveis, ou seja, menos 6,6% que em igual período do ano passado.  «Esta é a primeira diminuição homóloga no número de transações observada desde o 1º trimestre de 2013», refere o INE.

De entre as transações realizadas, 6.107 respeitaram a habitações novas, uma redução de 9,4% face ao 2º trimestre de 2018. Já as vendas de habitações existentes continuaram a representar a maioria das transações (85,7% do total), tendo atingido as 36.483 unidades, valor inferior em 6,2% face ao registo do mesmo período de 2018.

Em termos de valor global nacional das transações, este ascendeu a 6,1 mil milhões de euros, o que representa uma redução homóloga de 1,9%.

Lisboa e Porto a vender menos casas e com menos valor

Entre março e junho de 2019, transacionaram-se 14.804 habitações na Área Metropolitana de Lisboa e 12.043 na região Norte. «Estas duas regiões, no seu conjunto, representaram 63,1% do total de transações, o que constituiu a mais baixa percentagem observada desde o quarto trimestre de 2016», destaca o INE.

Também a nível de valor estas duas regiões registaram quedas. No segundo trimestre de 2019, a Área Metropolitana de Lisboa concentrou 46,3% do valor total das habitações transacionadas, tendo-se seguido o Norte com 23,2%. «O valor transacionado nestas duas regiões (aproximadamente 2,8 e 1,4 mil milhões de euros, respetivamente) foram os mais baixos dos últimos cinco trimestres, conduzindo a reduções das respetivas quotas relativas (-1,8 p.p. na Área Metropolitana de Lisboa e -0,2 p.p. no Norte)», frisa também o organismo oficial.

 

Por: Idealista