«Albufeira faz parte da sua vida – Albufeira is part of your life» é o mote subjacente à apresentação da Estratégia de Desenvolvimento, promoção e captação de novos turistas, apresentada esta terça-feira, 9 de abril, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Albufeira, perante uma plateia constituída por representantes da autarquia, das freguesias, várias entidades representativas do concelho e os principais players ligados ao setor turístico.

“Esta é a resposta do Município aos atuais desafios com vista a consolidar o melhor destino turístico de Sol e Mar de Portugal, reconhecido a nível internacional. Uma oferta diversificada, que tem no mar e nas praias o seu principal produto turístico”, destaca-se no início da apresentação, opinião corroborada pelo presidente da Câmara Municipal que sublinha “o sol e a praia devem continuar a ser o principal foco da atividade turística, mas é fundamental diversificar no tempo, bem como ao nível do produto, com vista a combater a sazonalidade e rentabilizar a base da economia do concelho.

Albufeira tem todas as condições para crescer e melhorar a sua oferta turística ao longo de todo o ano, daí a necessidade de um diagnóstico e de uma estratégia concertada para o efeito”, destacou. No final da apresentação foi disponibilizado um código QR a todos os convidados que lhes permitiu o acesso ao documento apresentado na íntegra.   

O Salão Nobre da Câmara Municipal estava praticamente lotado. Nas primeiras filas sentados para assistir à apresentação da Estratégia de Desenvolvimento, Promoção e captação de turistas para Albufeira, para além do presidente José Carlos Rolo, vereadores e presidentes de Junta de Freguesia, estavam, também, os presidentes da Região de Turismo do Algarve, da AHETA, da APAL, do NERA e o diretor do aeroporto de Faro.

Albufeira é um destino turístico de sol e mar, com uma localização estratégica no Algarve, a cerca de 30 minutos do aeroporto de Faro, um destino maduro, reconhecido a nível mundial e que concentra a maior oferta premium do Algarve, com um serviço de qualidade a nível do alojamento turístico (o maior número de hotéis 5 estrelas) e da restauração.

O presidente da Câmara Municipal de Albufeira sublinha que “o Sol e Mar continua e deve continuar a ser o principal foco da atividade turística, apesar de ser necessário diversificar o produto e criar condições para receber turistas ao longo de todo o ano, com vista a combater a sazonalidade”, que diz ser cada vez menos vincada, “e rentabilizar a base económica do concelho”. José Carlos Rolo refere a propósito que “a diversificação turística tem que ser uma realidade trabalhada com todos os stakeholders, concluindo que o Estudo hoje apresentado pelo IPDT – Turismo (especialistas em consultoria em turismo para empresas e destinos turísticos) não é um documento acabado, podendo sofrer alterações em função de circunstâncias imprevisíveis a nível económico, sanitárias, recorde-se o que aconteceu com o Covid, e internacionais, entre outras”. Ainda, no que diz respeito à diversificação do produto, recordou que os municípios de Loulé, Silves e Albufeira são candidatos a Geoparque da UNESCO, sendo que a concretização da candidatura irá promover a captação de novos turistas, nomeadamente o turismo científico e de natureza”.

No que respeita à apresentação da Estratégia de Desenvolvimento, Promoção e captação de turistas para Albufeira foi referido pela IPDT, que após a realização do Diagnóstico, que resultou de diversas entrevistas realizadas com responsáveis da autarquia, residentes, agentes económicos, operadores internacionais, empresários e entidades com responsabilidades no setor, foi desenhado/definido um modelo de desenvolvimento turístico comprometido com o trabalho e cooperação intersectorial, um plano de ação com medidas relevantes, devidamente priorizadas no tempo, e uma política de marketing centrada na segmentação da comunicação, com vista a alcançar públicos de valor acrescentado.

Os resultados turísticos, apesar da descida em algumas áreas, apresentam indicadores positivos, nomeadamente ao nível da descida, embora ligeira, da taxa de sazonalidade 41,5 em 2023 (-1.1p. face a 2019); aumento dos proveitos totais em 2022 - 486 M€ (+12% face 2019), entre outros que revelam a importância de se dar início a uma nova fase no turismo em Albufeira.

Os grandes desafios que Albufeira enfrenta passam pela Notoriedade (elevada perceção de destino massificado associado à animação noturna e falta de associação da marca “Albufeira” à oferta turística global); Sazonalidade (elevada taxa com encerramento de negócios e marcado de trabalho volátil); Mercado (forte dependência do Reino Unido baixas taxas de penetração em mercados de elevado potencial); Concentração Turística (maior concentração na Freguesia de Albufeira e Olhos de Água e pressão em zonas com capacidade de carga comprometidas) e Comunidade Local (algum descontentamento e não reconhecimento dos benefícios do turismo).

Assim, o que se preconiza para o futuro de Albufeira tem por base uma visão que assenta nas seguintes ambições: ser o melhor destino turístico em Portugal, com uma oferta de qualidade superior em toda a cadeia de valor da atividade turística; destino de eleição dos Europeus para short ou long breaks; ser reconhecido internacionalmente pelas suas praias e oferta de atividades turísticas diferenciadas; destino de referência na animação noturna em Portugal; destino nacional com maior capacidade para formar e reter os melhores profissionais do setor; destino mobilizador na implementação de medidas de combate às alterações climáticas e a manutenção do fluxo bidirecional de comunicação/informação/sensibilização entre município, residentes, empresários e operadores turísticos.

Resumindo, a resposta de Albufeira aos atuais desafios para que Albufeira se consolide como o melhor destino de Sol e Mar de Portugal, reconhecido a nível internacional, com um horizonte temporal até 2030, assenta em seis objetivos estratégicos:

Reverter/desmistificar a imagem generalizada de Albufeira enquanto destino turístico massificado; organizar a oferta em clusters turísticos para ir ao encontro do perfil dos visitantes que se pretende atrair; criar as condições para que cada cluster possa manter-se dinâmico durante todo o ano; reduzir a dependência do mercado britânico, aumentando a taxa de captação de mercados com potencial de crescimento; gerar valor económico e social através do turismo pela fixação de residentes e desenvolvimento e retenção de recursos humanos qualificados e por último, elevar Albufeira a referência internacional enquanto destino turístico sustentável.

Para o efeito, foi definido um modelo turístico com duas dimensões, devidamente articuladas entre os setores público e privado, nomeadamente no que respeita à qualificação de infraestruturas do destino e qualificação da oferta turística. Por outro lado, e não menos importante, há que trabalhar os chamados “ativos diferenciadores”, nomeadamente Albufeira ser destino turístico experiente; apresentar uma oferta premium a nível do alojamento e restauração; ter as melhores praias do mundo; um património cultural e natural com particularidades únicas; animação noturna vibrante, ampla oferta de atividades náuticas, desportivas e culturais, com a vantagem de ser um destino hospitaleiro e “family friendly”, o que de acordo com a opinião do presidente da Câmara Municipal, “se for bem trabalhado, faz de Albufeira um território único com uma oferta de qualidade superior, que resulta em vantagem competitiva relativamente a outros destinos”.

Refira-se, ainda, que a Estratégia para o Turismo de Albufeira, com um horizonte temporal até 2030, está alinhada com a Estratégia para o turismo a nível nacional.