A reunião teve como objetivo principal apresentar a nova estratégia operacional da agência na região e desafiar a APALGAR, enquanto associação de referência, a integrar uma parceria para o reforço dos serviços de apoio a imigrantes no Algarve. A comitiva foi composta por Luís Goes Pinheiro (Coordenador Geral de Missão), Artur Jorge Girão (Diretor do Departamento Omnicanal) e Salomé Ferreira (responsável pela coordenação dos três grandes centros da Estrutura de Missão da agência).
A APALGAR foi representada pelo seu presidente, Francisco Sales, pelo tesoureiro, Denner Alves Garcia, e pelo 1.º secretário do Conselho Fiscal, Jorge Matos Dias. Objetivo: Criar o maior centro de atendimento do Algarve em Portimão O principal foco do encontro foi a ambiciosa reestruturação da loja de atendimento da AIMA em Portimão. Luís Goes Pinheiro explicou que a intenção é transformar aquela infraestrutura num dos maiores e mais eficientes centros nacionais da agência. “A loja de Portimão tem uma capacidade grande e condições para manter uma rotina simples. O nosso objetivo é triplicar aqui a capacidade de atendimento.
Queremos montar uma estrutura robusta que consiga responder a um volume muito significativo de pessoas”, afirmou o coordenador. Para alcançar este objetivo, a AIMA pretende replicar um modelo bem-sucedido em Lisboa e no Porto: a colaboração direta com associações que atuam no terreno. A experiência demonstrou que a proximidade das associações com as comunidades imigrantes é um fator crítico de sucesso. Mediadores culturais ou linguísticos recrutados através destas entidades ajudam a criar um atendimento mais empático, ágil e eficaz. “A nossa experiência mostrou que o atendimento funciona muito melhor quando temos pessoas especialmente habilitadas e habituadas a lidar com imigrantes, muitas vezes ex-imigrantes ou com uma ligação direta a essas comunidades. Há uma empatia natural, uma facilidade de compreensão mútua e, muitas vezes, o domínio de idiomas essenciais que não são tão comuns na região”, elucidou Goes Pinheiro.
APALGAR e outras associações algarvias desafiadas a recrutar mediadores Assim, a AIMA estendeu o desafio à APALGAR e a outras duas associações reconhecidas na região (de Portimão e de Olhão) para que auxiliem no recrutamento e gestão de mediadores que irão trabalhar diretamente na loja de Portimão. O perfil desejado inclui o domínio da língua portuguesa e de pelo menos um outro idioma (de preferência o inglês ou línguas de novas comunidades), habilitações mínimas ao nível do 12.º ano reconhecidas em Portugal, e forte aptidão para o atendimento ao público. “Uma realidade que é uma riqueza e exige novas abordagens” Durante o encontro, foi ainda abordada a complexa realidade migratória do Algarve, reconhecida como única no país.
Francisco Sales, presidente da APALGAR, sublinhou a evolução demográfica na região: “Na escola D. Dinis, em Quarteira, são 54 alunos de diversas nacionalidades. É uma realidade recente e uma riqueza, mas que representa desafios de integração que têm de ser enfrentados com bom senso e coragem. Novas realidades exigem novas abordagens.” Este ponto foi reforçado por Luís Goes Pinheiro, que alertou para a necessidade de respostas concretas e eficazes para evitar a marginalização e o discurso de exclusão: “Há problemas de integração únicos aqui no Algarve que não podem ser ignorados. Fazer de conta que não existem não é solução. É preciso dar resposta, com medidas por vezes não convencionais, para que as pessoas não se sintam abandonadas e recorram a soluções simplistas.”
A visita terminou com um compromisso de diálogo contínuo. A APALGAR, com uma experiência de 25 anos no apoio a comunidades imigrantes e uma forte ligação aos consulados, demonstrou disponibilidade para colaborar, sublinhando que a sua vocação é, precisamente, “atender as pessoas e fazer o que for necessário”. O próximo passo será a formalização de protocolos que permitam operacionalizar esta parceria estratégica entre a administração central e o tecido associativo local.
Jorge Matos Dias






