As companhias aéreas «estão a pedir de joelhos» a ajuda dos passageiros, aceitando crédito, em vez de solicitar o reembolso pelos voos cancelados devido à crise sanitária, disse hoje o diretor geral da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA).

“Nós estamos a pedir ajuda aos passageiros (...), é verdade, e estamos a pedir ajuda 'de joelhos'”, afirmou Alexander de Juniac, diretor geral da IATA.

​​​​​​As companhias aéreas apoiadas pela França e por outros Estados europeus, estão a reembolsar o valor das passagens para voos cancelados “na forma de créditos” e prometem um reembolso em dinheiro - se os consumidores exigirem - mas com um atraso de pelo menos nove meses devido à grave situação financeira atingida devido à crise provocada pela pandemia de covid-19.

As regras europeias, no entanto, concedem aos passageiros o direito a um reembolso em duas semanas.

A posição das empresas do setor tem sido fortemente criticada pelas associações de defesa do consumidor. 

Entretanto, ​​​​​​Bruxelas iniciou um processo de infração contra dez países da União Europeia, no início de julho, para defender o direito de reembolso aos viajantes em caso de cancelamento de estadias devido à epidemia global do novo coronavírus.

“Ainda estamos a tentar conseguir da Comissão Europeia a possibilidade de apresentar ativos para (...) adiar o reembolso”, disse De Juniac, reconhecendo que se trata de uma posição “difícil” e que “não é apreciada por todos”.

“Por que pedimos isto? Não é por prazer. A nossa atividade pretende agradar os passageiros e não apresentar dificuldades e problemas, especialmente problemas financeiros. Mas (...) a situação financeira das empresas está num estado absolutamente apocalíptico”, disse o responsável da IATA e ex-presidente do Conselho de Administração da empresa Air France-KLM.